Setor privado será responsável por absorver a maior parte desses trabalhadores
O Distrito Federal terá que gerar quase 700 mil novos empregos até 2030 para absorver a população estimada para o período, que é de 3,7 milhões de pessoas, um acréscimo de mais de um milhão de indivíduos se comparado ao contingente contabilizado em 2012. Os dados constam em pesquisa realizada pela Codeplan com o intuito de alertar todos os setores em relação ao aumento populacional acelerado na região.
A pesquisa revela ainda que o setor público não terá condições de gerar postos de trabalho na magnitude exigida, cabendo ao setor privado a maior responsabilidade. "Esse é um desafio grande que terá um forte impacto. A capital é voltada para a área pública e, a partir de agora, a ideia é conscientizar a população de se organizar para atuação no segmento privado", destacou a professora da UnB e especialista em mercado de trabalho, Débora Barem.
A geração desse montante de postos de trabalho em apenas 16 anos é o maior desafio do mercado previsto no estudo, isso porque o DF só alcançou a marca de um milhão de pessoas ocupadas após 50 anos de existência. O aumento da participação do segmento industrial na criação de mais vagas foi uma das saídas de maior eficácia proposta na pesquisa, já que esse é apontado como o setor de maior efeito multiplicador na geração de empregos.
Para a especialista da UnB, a criação de cursos técnicos de aperfeiçoamento para melhorar a distribuição da mão de obra no DF também pode ajudar muito. "O governo vem fazendo um bom trabalho para absorver a demanda crescente da região. O que precisamos a partir desta construção é ter condição de capacitar as pessoas que já estão no mercado, como também aquelas que ainda vão entrar", destacou.
Ação que a Secretaria de Trabalho coloca em prática por meio do Projovem Trabalhador, programa de qualificação social e profissional de jovens. De acordo com o órgão, nove mil pessoas já receberam capacitação e mais de 4,5 mil estão sendo qualificados. "Oferecemos diariamente uma média de mil vagas de emprego que não são preenchidas porque necessitam de qualificação, por isso nosso empenho nessa iniciativa", informou o secretário de Trabalho, Bispo Renato Andrade.
As Agências do Trabalhador, que hoje totalizam 18 em todo o DF, é outra forma disponibilizada pelo órgão para minimizar o desemprego. "As agências ajudam muito na descentralização da mão de obra, já que o trabalhador pode pesquisar vagas de emprego em sua própria cidade, sem a necessidade de se deslocar até o Plano Piloto. Há oportunidade de trabalho em todas as cidades e a pessoa pode perfeitamente buscar uma vaga próxima de sua casa", revelou.
Em 2013, pela primeira vez na história, a secretaria bateu o recorde ultrapassando a meta do Ministério do Trabalho que era de inserir 13 mil pessoas no mercado por ano. De acordo com o secretário, o órgão conseguiu alcançar esse montante no mês de outubro. "A taxa de desemprego em abril de 2008 era de 18,4%. Em setembro de 2013, ela estava em 12%. Estamos em queda consecutiva", analisou.
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